sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O sorriso

             Outro dia, na rua, me deparei com um sorriso. um sorriso puro e despreocupado, desses que estão cada vez mais raros. Era, também, sincero e espontâneo. Por trás do sorriso havia um senhor sujo, mal vestido e com uma carroça de papel nas costas.
             Ao presenciar aquela cena fiquei inquieta. Comecei a me questionar qual seria a razão de toda a felicidade daquele senhor. Como poderia ele vivendo em tais condições, com o trabalho que exercia e com as roupas que vestia, permanecer com aquela expressão serena estampada em sua face?
             Naquele momento pude realizar que a felicidade está muito além das razões materiais, de tudo aquilo que é terreno. Mas, que devido a um constante bombardeamento de padrões a que a sociedade está submetida, acaba sendo criado um paradoxo de que a nossa felicidade está vinculada a certas futilidades.
             Mas e aquele senhor? não creio que sua alegria estivesse motivada pelo dinheiro, por carros, roupas ou viagens. Sei que ele não desfrutava de nenhum destes. Diante do fato, compreendi que a felicidade está na VIDA. O fato de acordarmos todos os dias que passam já merecia um sorriso.
             Certamente aquele senhor estava feliz por poder aproveitar aquele momento trabalhando para promover o sustento de sua família. Esta, que estaria a o esperar no fim do dia também com alegria.
             Penso que se todos víssemos também a vida com esses olhos, como aquele senhor a via, valorizaríamos tudo que nos é proporcionado. Não deixaríamos que o nosso contentamento se deixasse levar pelos bens materiais, no dia-a-dia eles não tomariam o lugar dos valores reais da vida. Dessa forma, não haveria nada que nos impedisse de enxergar aquilo que realmente importa e é para sempre.
Viveríamos mais! Logo, choraríamos menos e sorriríamos muito mais!


Maria Clara Queiroga

terça-feira, 21 de setembro de 2010

PAZ


          Hoje, dia da paz, nos pediram para que deixássemos as fardas em casa e usássemos roupas brancas. Será que com a real intenção de propagar a paz? Talvez tenha sido só mais uma forma de exposição com atos superficiais, para disfarçar a função "marqueteira".
          Mas e a parte social? A parte que realmente ajudará na construção de um mundo harmônico, um mundo de unidade. De nada adianta a roupa branca se não for trabalhado o lado da consciência, da formação na cabeça de cada um do conceito de respeito e amor ao próximo.
          Corruptos podem vestir branco, terroristas e bandidos também. Estarão eles agindo pela paz?
Não vista a cor da paz, vista o ideal!


Maria Clara Queiroga